"Definições modernas das doutrinas Bíblicas" Por Frankle Brunno



Introdução.
As muitas definições usadas hoje causam discussões desnecessárias, vamos ver nesse pequeno artigo que escrevi, que rótulos e nomenclaturas são de pouca importância no ambiente teológico.


O “cristianismo” foi, desde os primeiros séculos, marcado pela diferença entre credos, costumes, cânon, disciplina, administração dos sacramentos e forma de liderança. Nos dias atuais o mesmo episódio se repete, as igrejas vivem em uma situação de guerra teológica. Debates desnecessários vêm promovendo divisão ao invés de união. O Calvinismo e o Arminianismo são as faculdades de pensamentos mais controversos de toda a história eclesiástica.

Como disse certa vez o Pastor Luciano Paes: “O problema da teologia contemporânea é limitar tópicos ao criar nomenclaturas e terminologias”. Esses rótulos usados atualmente têm causado mais problemas na teologia. É notório o crescimento do número de pessoas que carregam nomenclaturas do tipo: Calvinistas, Arminianas, Cessacionistas, Continuistas, Dispensacionalistas, Pré-milenistas, Pós-Milenistas, Amilenistas, Supralapsariano, Infralapsariano e etc.

Talvez minha história ilustre a questão. Desde que comecei a estudar a teologia reformada já recebi rótulos dos mais diversos: Fundamentalista, Legalista, Liberal, Calvinista, Pentecostal, Arminiano, Herege, Dispensacionalista, Amilenista, Fatalista, Determinista.

A verdade é que realmente acredito que a prática de rotular opiniões teológicas no ambiente de reflexão teológica da igreja brasileira está cercada de problemas. Um dos grandes problemas dos rótulos é que apenas poucas pessoas realmente sabem o que esses termos significam. Quais são as definições teológicas que definem um Calvinista? Vou dar uma dica, são cinco afirmações teológicas centrais. Sabe quais são? Pois é, a maioria dos cristãos não sabem.

Outro grande problema dos rótulos teológicos é que muitos deles perderam o sentido original. O termo arminianismo eventualmente tem sido usado para defender o que no passado era chamado de pelagianismo. O problema que mais me chama atenção dos rótulos teológicos é que as pessoas o redefinem como querem. Quando conversava com um cristão sobre minha interpretação de Romanos 9, ele me atribuiu o rótulo de Calvinista fatalista.



Hoje entendo o sentimento de Jonathan Edwards, que disse, no prefácio de sua grande obra The Freedom of the Will [A Liberdade da Vontade]: 


Não devo considerar errado o ser chamado calvinista por motivo de distinção; embora negue totalmente uma dependência de Calvino ou que creio nas doutrinas que sustento porque ele cria nessas mesmas doutrinas e as ensinava; e não posso, com justiça, ser acusado de crer em cada doutrina tal como ele a ensinou.


Como disse alguém um dia: "Hoje é fácil encontrar teólogos que querem dar uma nova definição do Cristianismo. Oque nós precisamos é de uma antiga demonstração do Cristianismo!" A grande verdade está diante dos nossos olhos, damos muita importância no rótulo em que seremos chamados, do que damos importância para quê fomos chamados. Falamos muito em redes sociais, e fazemos pouco na sociedade, usamos muita nomenclatura para nos apresentar, do que se importamos na realidade como as pessoas nos enxergará de verdade.

Não é o quanto sabemos ou somos titulados que nos fará um cristão, é o quanto praticamos o que está escrito nas Escrituras Sagradas. Não somos cristãos pelo que pensamos, dizemos ou fazemos, somos cristãos unica e exclusivamente pela Graça de Deus. Oro para que ao você ler esse artigo, não dê tanta importância a esses rótulos, e sim que venha praticar a justiça de Deus. Que Deus nos ajude a ter uma visão ampla e abrangente onde possamos aprender a viver no meio das diferenças teológicas e receber os irmãos em amor, e não rejeitar por questões sem eterna importância.



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