O alvo do coração do cristão deve ser a Glória de Deus
por Thomas Watson
Glorifícamos a Deus desejando somente a sua glória. Deus é glorificado quando se busca somente a sua glória. Uma coisa é promover a glória de Deus, outra é desejá-la. Deus deve ser o alvo principal de todas as atitudes. Assim foi com Cristo: Eu não procuro a minha própria glória, mas a glória de quem me enviou (Jo 8.50 e 7.18). O hipócrita observa tendenciosamente, pois olha mais para a própria glória do que para a de Deus. Nosso Salvador, desmascarando essa hipocrisia, faz uma admoestação contra eles: “Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta...” (Mt 6.2).
Pois, se um estranho perguntasse o motivo do som da trombeta, a resposta seria: “ Darão uma esmola aos pobres” . Com essa atitude, não davam esmolas, mas as vendiam pela honra e o aplauso esperando receber a glória dos homens. A atenção dos homens era o vento que soprava as velas de suas caridades. Realmente “já receberam a recompensa” (Mt 6.2).
O hipócrita era aquele que ao fazer a quitação de uma dívida escrevia: “totalmente pago”. Crisóstomo diz que a vangloria é uma das melhores redes do diabo para laçar os homens. E Cipriano diz: “A quem Satanás não pôde vencer pela intemperança, venceu-o pelo orgulho e pela vangloria” .
E necessário ter muito cuidado com a auto-adoração. Procure somente a glória de Deus. Eis alguns conselhos para esse agir:
Primeiro, prefira a glória de Deus acima de todas as outras coisas.
Acima do respeito, das posses e dos relacionamentos. Quando a glória de Deus competir com essas coisas, deveremos preferir a glória de Deus.
Se relacionamentos se interpuserem em nossa caminhada para o céu deveremos pular sobre eles ou pisá-los. Em casos extremos, é como se um filho deixasse de ser filho ou esquecesse de que é filho de seu pai. Deve-se desconhecer seu pai ou sua mãe na causa de Deus: “ ... aquele que disse a seu pai e à sua mãe: nunca os vi; e não conheceu a seus irmãos” (Dt 33.9). Isto é procurar a glória de Deus.
Em segundo lugar, procuramos a glória de Deus quando nos alegramos pelo fato de que ela está se realizando, embora se oponha à nossa própria glória. Oraremos assim: sinto-me contente em ser um perdedor se o Senhor for o vencedor; em ter menos riqueza, se tenho mais graça e Deus mais glória. Que seja o alimento ou o sofrimento físico se tu és quem me dás.
Desejo, Senhor, o melhor para sua glória. Nosso querido Salvador disse:
“ ... não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26.39). Se Deus recebesse glória maior por meio do sofrimento de Jesus, este estaria contente em sofrer. “Pai, glorifica o teu nome” (Jo 12.28).
E, por fim, procuramos a glória de Deus quando nos contentamos em que outros brilhem mais do que nós por seus dons e suas honras, para que a glória de Deus cresça. O homem que tem Deus em seu coração e a glória dele como perspectiva deseja a exaltação do Senhor, e, seja essa exaltação por meio de quem for escolhido por Deus para fazê-lo, nela se alegrará.
Fonte: Livro a Fé Cristã, Estudos Baseados no Breve Catecismo de Westminster por Thomas Watson, publicado pela editora Cultura Cristã.
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/ Trecho do livro: "A Fé Cristã (Estudos Baseados no Breve Catecismo de Westminster)" por Thomas Watson
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