“Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” [1 Timóteo 2:4]
4. O qual deseja que todos os homens sejam salvos. Daqui se deduz uma confirmação do segundo argumento, o fato de que Deus deseja que todos os homens sejam salvos. Pois, que seria mais razoável do que todas as nossas orações se conformarem a este decreto divino?
E cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Concluindo, ele demonstra que Deus tem no coração a salvação de todos os homens, porquanto ele chama a todos os homens para o conhecimento de sua verdade. Este é um argumento que parte de um efeito observado em direção à sua causa. Pois se “o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” [Rm 1:16], então é justo que todos aqueles a quem o evangelho é proclamado sejam convidados a nutrir a esperança da vida eterna. Em suma, visto que a vocação [do evangelho) é uma prova concreta da eleição secreta, então Deus admite à posse da salvação aqueles a quem ele concedeu a bênção de participarem de seu evangelho, já que o evangelho nos revela a justiça de Deus que garante o ingresso na vida.
À luz desse fato, fica em evidência a pueril ilusão daqueles que creem que esta passagem contradiz a predestinação. Argumentam: “Se Deus quer que todos os homens, sem distinção alguma, sejam salvos, então não pode ser verdade que, mediante seu eterno conselho, alguns hajam sido predestinados para a salvação e outros, para a perdição.” Poderia haver alguma base para tal argumento, se nesta passagem Paulo estivesse preocupado com indivíduos; e mesmo que assim fosse, ainda teríamos uma boa resposta. Porque, ainda que a vontade de Deus não deva ser julgada à luz de seus decretos secretos, quando Ele no-los revela por meio de sinais externos, contudo não significa que ele não haja determinado secretamente, em seu íntimo, o que se propõe fazer com cada pessoa individualmente.”
0 comentários:
Postar um comentário