Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.” Ap 21:8
Os seres humanos não gostam da doutrina do Inferno e eles tentam anulá-la esta de varias formas, porém o conceito de inferno tem o pleno apoio das Escrituras, e, sobretudo das próprias palavras do nosso Senhor.
Mesmo os evangélicos mais conservadores não parecem mais levar o inferno muito a sério. Durante décadas, muitos evangélicos têm minimizado verdades bíblicas inconvenientes, negligenciando qualquer tema que pareça exigir sombria reflexão. Doutrinas como a “depravação humana”, “a ira divina”, “a excessiva pecaminosidade” e a “realidade do julgamento eterno” desapareceram da mensagem evangélica.
As “pesquisas de mercado” dos empreendimentos eclesiásticos apontaram para deixar de lado o assunto inferno, esquecendo que pregar o Evangelho é pregar sobre a salvação do homem do inferno por meio do sacrifício vicário de Jesus Cristo. Salvos do inferno, do castigo eterno, de um sofrimento consciente e sem fim.
A igreja tem negligenciado e ignorado o ensino, o qual é um assunto assustador sim, mas não é um acréscimo arbitrário. O inferno é essencial ao céu e à própria existência de um Deus justo. Alias, deveria ser o primeiro assunto a ser tratado quando falamos sobre o Evangelho.
E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Daniel 12: 2
Talvez, o grande problema do pecado seja que na maioria das vezes não gera consequências imediatas. O pecado gera morte eterna, mas isso não é percebível pelo homem e, além de tudo, a sociedade não condena o pecado a menos que não se trate de um crime hediondo: neste ultimo caso a condenação moral se junta com a pena prevista pela Lei.
Mas no livro de Romanos o apóstolo Paulo diz que o ímpio durante sua vida terrena está acumulando ira “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2:5 . E a ira de Deus se está acumulando no inferno: “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua colheita, e abrasará os fundamentos dos montes.” Dt 32:22
Existe diferencia entre Sheol, Hades e Geenna?
No Antigo Testamento é a palavra “Sheol” que se refere ao inferno de um modo geral. No Novo Testamento, muitas vezes, é utilizada a palavra “Hades”.
Mas Sheol e Hades são palavras que descrevem um estado intermediário do ser humano após a morte física, antes do Juízo final do grande Trono Branco. É a palavra grega “Geenna”, utilizada para o “lago de fogo” do livro de Apocalipse, que indica o inferno propriamente dito, ou seja o lugar físico onde as pessoas serão eternamente atormentadas.
Geena significa literalmente Vale do Filho de Inom. É derivada do Vale de Hinom um deposito de lixo fora de Jerusalém. Este vale era usado como depósito de lixo, onde se lançavam os cadáveres de pessoas que eram consideradas indignas, restos de animais, e toda outra espécie de imundície. Usava-se enxofre para manter o fogo aceso e queimar o lixo.
Quem criou o inferno e por quê?
Deus é o Criador e o inferno foi criado por Ele. O inferno não foi preparado para os homens e sim para o diabo e seus anjos. Deus não destinou o homem para a perdição, mas este, caindo em pecado e não aceitando a graça salvadora que enviou Cristo até a cruz para nos remir, será lançado no lago de fogo que arde eternamente, junto com os anjos caídos.
Jesus veio por isso, para nos salvar, ou seja, para nos livrar, resgatar do inferno. Não veio para nos livrar das doenças, da pobreza, do fracasso, mas do inferno.
E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura. Tessalonicenses 1:10
E ressalta-se que Jesus falou sobre o inferno mais de qualquer outra pessoa e o definiu um castigo terrível, consciente e eterno.
Algumas inúteis tentativas de adoçar o inferno.
Infelizmente, muitos cristãos, por não acreditarem nas palavras do Mestre ou na tentativa de amenizar a terrível descrição do inferno, inventaram teorias alternativas que não possuem algum respaldo bíblico, alias trata-se de teorias contrarias ao ensino de Jesus.
Aniquilacionismo: é a negação do inferno. Após a morte o ímpio cessa sua existência, ele é aniquilado e não tem sofrimento.
Universalismo: no final, todos serão salvos. O inferno existe, mas é somente para o diabo e seus anjos.
Inclusivismo: algumas pessoas irão para o inferno, mas as outras que nunca ouviram o Evangelho serão salvas. Em outras palavras, esta teoria afirma que pode ter salvação fora de Cristo.
Algumas pessoas questionam também que o castigo eterno não esteja de acordo com o crime, sendo que se trataria de pecados temporais, finitos.
Na realidade, o ser humano que se rebela contra Deus merece ser lançado no lago de fogo juntamente com os anjos que se envolverem em seguir Satanás: é o mesmo crime e deve ter a mesma pena e mesma duração.
Além de tudo, a quantidade de tempo do pecado é irrelevante: crimes contra um Deus infinitamente Santo são infinitamente malignos. Crimes infinitos contra um Deus infinito merecem castigos infinitos.
Precisa também considerar que os pecadores que estão indo para o inferno nunca se arrependerão: eles continuarão a se rebelar.
Lemos isso em Apocalipse 16:9-11:
9 E os homens foram abrasados com grande calor; e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória.
10 O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam de dor as suas línguas.
11 E por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram o Deus do céu; e não se arrependeram das suas obras.
Eles continuam odiando Deus e, portanto o castigo nunca emparelha com o pecado porque eles jamais cessam de pecar: o inferno não é uma medida corretiva, mas uma justa retribuição.
E no inferno não existem freios ou restrições ao pecado, portanto o ímpio vai pecar ainda mais.
Também do ponto de vista teológico, Deus é Santo e absolutamente Justo, portanto deve punir o pecado: o que está em jogo é o caráter de Deus.
Isaías 66:22-24
Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor. E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne.
Considerações finais.
A Palavra é o único meio de persuasão que o Espírito Santo usa para regenerar a alma e resgata-la do inferno, entretanto se as pessoas não ouvirem as Escrituras nunca serão persuadidas. A nossa mensagem evangelística deve ser absolutamente bíblica: um pseudo – evangelho não convence ninguém.
O inferno é real, assim como o céu. No céu, os salvos, com corpo glorificado, estarão gozando da vida eterna e da presença de Deus. No inferno, os perdidos, com um corpo ajustado para o castigo, estarão sofrendo a morte eterna.
Jesus veio exclusivamente para nos resgatar do inferno: salvação de que se não da ira vindoura de Deus?
Satanás não é, como se pensa, o chefe do inferno: o inferno pertence totalmente a Deus.
O inferno é a exclusão da presença favorável de Deus. Não é a ausência de Deus que faz do inferno um lugar de tormento, mas a ausência de Sua presença favorável. De fato, o inferno é o inferno porque Deus está lá na plenitude de Sua justiça e ira, assim como Deus está, junto com o Seu povo, nos novos céus e nova terra na plenitude de Seu amor. “Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, longe da face do Senhor e da glória do seu poder” 2 Tessalonicenses 1:9
Minha esperança é que os ministros da Palavra estudem a doutrina da graça, da ira e da justiça divina e se qualifiquem para ensina-las com excelência. Precisa urgentemente voltar ao Evangelho cessando de falsifica-lo: céu e inferno, que nos gostamos ou não.
SOLI DEO GLORIA
Artigo: A Realidade do Inferno. John MacArthur. Editora Fiel
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